Ventiladores provenientes da China aterraram em Lisboa 

Entrega estava prevista realizar-se na semana passada, mas devido à procura entre países a produção atrasou-se. 

Chegaram ontem, domingo num avião fretado a Lisboa, 65 ventiladores comprados pelo Governo português a uma empresa chinesa, junto com outro equipamento médico, incluindo máscaras de protecção respiratória para o tratamento da epidemia em Portugal, anunciou a embaixada portuguesa. 

A chegada do equipamento estava prevista à semana passada, mas “devido à forte competição entre Estados pelo acesso a equipamento e interrupções nas cadeias de fornecimento, incluindo no acesso a componentes, numa altura em que vários países se encontram em estado de emergência, fez a produção atrasar-se”, explicou a mesma fonte. 

A forte procura por ventiladores “criou disfunções no mercado, numa altura em que a crise de saúde pública, que começou em Wuhuan, no centro da China, se alastrou à Europa, Estados Unidos e outras regiões do planeta, o que resulta numa escassez global”. A embaixada acrescenta ainda que “todas as diligências junto das diversas entidades têm sido feitas no sentido de garantir, neste quadro adverso, a entrega dos equipamentos dentro da janela temporal adequada, às necessidades médicas do nosso país”. 

Até ao momento, Portugal já fretou três aviões da companhia aérea TAP Air Portugal para transportar de Pequim para Portugal equipamentos médicos. O primeiro aterrou a 5 de abril com 144 ventiladores, máscaras de protecção respiratória, viseiras e fatos de protecção, também destinados ao Sistema Nacional de Saúde (SNS).

Na semana passada, aterrou também em Lisboa o segundo avião fretado pelo Estado português para o transporte de equipamento médico proveniente da China. O avião transportou cerca de 16 toneladas de carga médica, que incluiu 700 mil máscaras de protecção respiratórias, viseiras e luvas, destinados ao Sistema Nacional de Saúde. 

Em entrevista à agência Lusa, José Augusto, o embaixador português em Pequim, garantiu que o Estado português encomendou 508 ventiladores a uma empresa chinesa. “O Estado português tem feito um grande esforço relativamente aos ventiladores, que vão ser necessários, mas felizmente, por enquanto, Portugal ainda não está numa posição dramática. Neste momento, Portugal tem ventiladores suficientes para enfrentar a situação actual”. 

José Augusto, no entanto, lembrou que neste momento “há imensa procura de material de protecção e equipamentos respiratórios, pelo que cria disfunções e atrasos no mercado […] Nesta altura em que a crise de saúde pública, que começou em Wuhuan, no centro da China, se alastrou à Europa e aos Estados Unidos, há numa escassez global de ventiladores ou máscaras cirúrgicas”. 

A nível global, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 157 mil mortes e infectou mais de 2.2 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 502 mil pessoas estão recuperadas. 

Em Portugal, o boletim da Direcção-Geral da Saúde (DGS)  de hoje, anuncia 20.863, infectados, 735 mortos e 610 recuperados.

O Norte é a região que regista o maior número de casos confirmados (12543), seguida de Lisboa e Vale do Tejo (4709), da região Centro (2952), do Algarve (311) e do Alentejo (161). Há 107 casos nos Açores e 80 na Madeira.

O Governo Regional da Madeira criou ontem uma cerca sanitária na freguesia de Câmara de Lobos, no concelho com o mesmo nome, depois de terem sido confirmados, em apenas 24 horas, dez novos casos positivos de Covid-19. Câmara de Lobos passa a ser a segunda cidade do país a estar em cerca sanitária, depois de Ovar que terminou o isolamento obrigatório e a cerca sanitária no sábado. 

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