BNU pretende apoiar negócios sino-lusófonos a partir de Macau

Segundo o presidente, a instituição está empenhada em apoiar negócios entre a China e os países lusófonos, com destaque em Portugal.

O presidente do Banco Nacional Ultramarino (BNU) de Macau, Carlos Álvares, anunciou hoje que a instituição está “atualmente numa posição estratégica para apoiar os negócios entre a China e os países de língua portuguesa”, com maior destaque por Portugal. 

Numa cerimónia que assinalou o facto de aquela instituição e o Banco da China continuarem a ser emissores de moeda em Macau nos próximos dez anos, o presidente admitiu que “o BNU faz parte do Grupo CGD [Caixa Geral de Depósitos], uma das maiores instituições financeiras da Europa, com uma vasta rede global em quatro continentes e sete países de língua portuguesa”.

“Para além de Macau, o BNU está também presente em Xangai e abriu uma sucursal em 2017 na nova zona de Hengquin de Zhuhai”, acrescentou. 

Carlos Álvares explicou que tal veio criar “mais oportunidades económicas”, nomeadamente mais oportunidades para os países lusófonos que surgem não só para o desenvolvimento da Grande Baía – uma metrópole mundial que Pequim quer criar juntando Macau, Hong Kong e nove cidades chinesas da província de Guangdong -, como também para a iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, um plano de infra-estruturas na Ásia, África e Europa delineado pela China.

Na cerimónia, o secretário para a Economia e Finanças de Macau salientou que “os dois bancos emissores têm cooperado desde sempre e de forma plena com a RAEM [região Administrativa Especial de Macau], colaborando activamente com as políticas definidas pelo Governo, com o intuito de assegurar a estabilidade do abastecimento monetário (…), e cumprindo os seus deveres de agenciamento na emissão de notas”.

Lei Wai Nong lembrou que “o número de notas em circulação em Macau, que era inferior ao equivalente a 1,3 mil milhões de patacas [140 milhões de euros] no final de 1995, tem aumentado anualmente, correspondendo actualmente a 18,5 mil milhões de patacas [1,95 mil milhões de euros], o que representa um aumento superior a 13 vezes”, um aumento que traduz, sustentou, “a trajectória ascendente”, o “crescimento da economia, da população e dos turistas” ao longo de 25 anos.

Há um mês, o Governo anunciou que o BNU e o Banco da China iriam continuar a ser os bancos emissores de moeda em Macau nos próximos dez anos. Os novos contractos têm validade até 15 de outubro de 2030.

O BNU iniciou actividade em Macau em 1902 e é banco emissor de papel-moeda e agente de notas do Tesouro de Macau há mais de 100 anos, função mantida após a criação do Governo da RAEM em 1999, aquando da transferência da administração do território para a China.

 

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