Mota-Engil fecha acordo de 170 milhões de euros com investidores chineses 

Empresa estatal chinesa passa a deter cerca de 30% do grupo português. 
Obrigacionistas da Mota-Engil aprovam entrada dos chineses da CCCC

A empresa portuguesa Mota-Engil anunciou ter concluído com a China Communications Construction Company (CCCC) um acordo de parceria estratégica, que vai permitir ao que é um dos maiores grupos de infra-estruturas do mundo, ficar com uma posição relevante no capital da construtora portuguesa. O acordo ainda não é oficial porque faltam as autorizações dos reguladores e a necessária aprovação em assembleia-geral (AG), mas a Mota-Engil já anunciou ter concluído o processo.  

A empresa estatal chinesa vai pagar cerca de 170 milhões de euros para comprar 55 milhões de acções do grupo a 3,08 euros por cada acção. O preço pago por acção é mais do dobro daquele com que fechou, por exemplo, a sessão desta quinta-feira: 1,49 euros. Depois do anúncio da conclusão dos termos do acordo, a Mota-Engil está a valorizar 14,5%, a cotar nos 1,71 euros. 

“O anúncio destas negociações havia sido feito em agosto passado, altura em que a empresa informou, também, da intenção de fazer um aumento de capital de mais 100 milhões de acções […] Este aumento de capital terá de ser aprovado numa AG, a convocar nos próximos dias, para que, no final, a família Mota (que actualmente tem 65% do capital) fique com 40% das participações e a CCCC fique com 30%”, lê-se no comunicado enviado à comunicação social. 

A família Mota abdica, assim, de uma parte da sua participação, mas manterá uma posição maioritária. E, no final, a construtora verá reforçadas “as suas capacidades financeiras, técnicas e comerciais”, com o objectivo de “aumentar as suas actividades em todos os mercados e abrir novas oportunidades para novos desenvolvimentos”, conforme argumentou a empresa ao mercado, quando anunciou estas negociações.

A efectividade do acordo está agora dependente da confirmação por parte da Comissão do Mercados de Valores Mobiliários (CMVM) que a operação não impõe para a CCCC a obrigação de lançamento de uma oferta pública de aquisição sobre o capital da empresa portuguesa. O total de capital que está em freee-float, isto é, na posse de accionistas minoritários é de 23,4%.

 

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