“A Nova Rota da Seda não é um mega projeto fechado. Pelo contrário, é bem flexível. Acolhe investimentos de todo o tipo e em qualquer país”.
Para o economista João Abel de Freitas, a Nova Rota da Seda é sem dúvidas a grande estratégia económica e de cooperação internacional que irá construir uma nova ordem económica mundial que substituirá a instituída pós-Segunda Guerra Mundial, sob a tutela dos EUA.
Num artigo publicado no Jornal Económico, João Abel de Freitas acredita que o projeto da Nova Rota da Seda, One Belt, One Road, apresentado em 2013 por Xi Jinping tem como principal objetivo fazer a China retornar à grandeza do seu passado.
“A Nova Rota da Seda não é um projeto fechado. Pelo contrário, é bem flexível. Acolhe investimentos de todo o tipo e em qualquer país”
“A Rota da Seda desfruta de um grande simbolismo histórico na mente do povo chinês, exatamente pelo que representou de projeção da China no mundo de então. Através dela estabeleceu-se a ligação por terra entre o Oriente e o Ocidente, com vista à troca de bens orientais, designadamente a seda, o produto mais comercializado e mais valorizado no Ocidente que proporcionou grande prosperidade ao país”.
Apesar de inúmeras opiniões acerca desta iniciativa, para João Abel de Freitas, a Rota da Seda trata-se de um “mega e muito ambicioso projeto que procura abarcar todo o tipo de transportes e infraestruturas, como portos, ferrovias, oleodutos, aeroportos com fins múltiplos, entre eles, facilitar a ligação da China ao resto do mundo”.
Com este mega projeto, a República Popular da China procura estabelecer ligações com regiões nevrálgicas que lhe potenciem a resolução de alguns problemas internos, criar condições para a expansão dos seus grandes grupos económicos no mundo e, por outro lado, reduzir a elevada exposição da economia pela via das exportações.
A Nova Rota da Seda, ou melhor, as Novas Rotas da Seda vão muito além. “Entram na energia, nas telecomunicações, já se estendendo a áreas mais recentes como a digital e agora com a pandemia à saúde. Se a tudo isto juntarmos os investimentos que vão surgindo nos mais diversos sectores económicos, a ideia que retemos é a de um mega projecto de características muito envolventes”.
Como nota final, João Abel de Freitas admite sem sombra de dúvidas que “não será pela carência de financiamento que o projeto não avançará, tanto mais que os países parceiros também são chamados a participar financeiramente, mas o montante estimado até 2049 é deveras exigente, equivalente a mais de duas vezes o PIB da China”, terminou.