Livro que retrata a comunidade macaense é apresentado em Lisboa

Chama-se “O Macaense – Identidade, Cultura e Quotidiano” e tem contributos de vários escritores com profundas ligações a Macau. A coordenação ficou a cargo de Roberto Carneiro e Jorge Rangel. 

As relações entre Portugal e China estão mais próximas que nunca e Macau tem desenvolvido uma plataforma de serviço entre os Países de Língua Portuguesa e a China, destacando-se como um país para a promoção da língua portuguesa em todo o continente chinês. Gradualmente, a comunidade macaense tem vindo a reinventar-se e adaptar-se às novas conjunturas, salvaguardando o futuro.

Foi com o objectivo de dar a conhecer a comunidade macaense, que Roberto Carneiro decidiu desenvolver o livro “O Macaense – Identidade, Cultura e Quotidiano”.  

“Numa altura em que tanta atenção é dedicada a Macau e em que há tantas memórias para recolher e preservar, pensou-se em contactar gente disponível para escrever sobre Macau nas mais variadas perspectivas”, disse José Manuel Simões, um dos autores da obra, em entrevista ao Jornal Tribuna de Macau. 

Para a realização do protejo, Roberto Carneiro quis que o mesmo fosse constituído por vários autores com fortes conhecimentos chineses. Por essa razão, 20 autores contribuíram para a realização do livro, sob 20 temáticas diferentes. A coordenação é de Roberto Carneiro e Jorge Rangel.  

“O Macaense” fala de encontros, da mistura de modos específicos de expressão e de comunicação, explicitando-se o que é realmente ser-se macaense. “Mas vai mais além, abrangendo temas como o papel da língua portuguesa para a construção de uma nova identidade para a região do Grande Delta Rio das Pérolas e de uma plataforma entre a China e aos países de língua portuguesa”, havendo, dessa forma, um entre cruzamento de culturas e povos no território, que vão desde o patuá à religião e às festividades. 

Jorge Rangel, um dos coordenadores do protejo, revelou que o livro é constituído por uma variedade muito significativa de pontos de vistas sobre Macau. Para o coordenador, a obra vai “da figura feminina, passando pela obra de Henrique da Senna Fernandes, à poesia de Cecília Jorge, o papel de Macau enquanto plataforma e a sua importância na região da Grande Baía, até à mais simples questão sobre o que é ser macaense”. 

Um dos seus pontos de interesses é a abordagem feita ao papel das mulheres macaenses na literatura e na política. Em Macau, a figura feminina nunca esteve presente nem na literatura, nem na vida política, e, “portanto, há um silêncio, uma pedra muito grande sobre o papel da mulher na sociedade do tempo colonial de Macau, que pretendo que seja conhecido com o livro”, disse Ana Maria Correia, outra das autoras. 

Embora tenha sido desenvolvido em Macau, o lançamento do livro será em Portugal. Para Ana Maria Correia, a apresentação em Portugal faz todo o sentido, já que “a comunidade macaense em Portugal também é muito grande”. Ainda assim, defende que “o mesmo deve ser lançado também em Macau e provavelmente noutros países de Língua Portuguesa”. 

Segundo Jorge Rangel, o livro será também lançado numa edição em Macau, “numa iniciativa entre o Instituto Internacional de Macau e o Centro de Estudos de Povos e Culturas de Expressão Portuguesa da Universidade Católica”, mas ainda sem data prevista. 

“O Macaense – Identidade, Cultura e Quotidiano” será apresentado no dia 27 de setembro, pelas 18 horas, na Universidade Católica Portuguesa de Lisboa, integrando o “Colóquio 20/20: Identidade, quotidiano, economia”, que irá abordar as relações entre Portugal e China ao longo dos anos.  

Na apresentação, estarão presentes os coordenadores do protejo, assim como alguns dos escritores que contribuíram para a sua realização, como José Manuel Simões, Anabela Antunes e Fernando Ilharco. 

Link para o evento 

 

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