Num comunicado enviado à comunicação social, o presidente da Liga dos Chineses em Portugal, Y Ping Chow, afirma ter recebido esta segunda-feira, 5 de julho, uma mensagem do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) a informar que foram aceites as objeções levantadas à marca “CHINOCA”, que incluía “um símbolo de um homem, com um bigode e dois pauzinhos para arrumar o cabelo”.
Foi em setembro de 2020, que a empresa Nómada Local Lda, com sede em Lisboa, solicitou o registo da marca “CHINOCA”, para serviços de fornecimento de alimentos e bebidas, pedido que foi aceite pelo INPI.
Em junho do mesmo ano, após ter sabido desta situação, Y Ping Chow, também presidente da Câmara de Comércio Portugal-China Pequenas e Médias Empresas (CCPC-PME), pediu imediatamente o cancelamento do registo, alegando “que a marca tem conotação depreciativa e ofensiva para a comunidade chinesa em Portugal”.
Para Y Ping Chow, esta expressão é “semelhante ao de chamar africanos de pretos ou macacos […] Além disso, o desenho utilizado pela marca simboliza uma pessoa má”.
Em maio, o INPI concordou que o termo era “pejorativo e insultuoso” e que o símbolo continha “discriminação racial” que “não respeita os princípios básicos de igualdade, respeito e antidiscriminação que a sociedade portuguesa sempre defendeu”.
Esta quarta-feira, 7 de julho, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial anunciará formalmente através da publicação no Boletim da Propriedade Industrial, a recusa de registo da marca.