Gastronomia chinesa em tempo de quarentena

Conversámos com uma família chinesa residente em Portugal para saber que pratos confeccionam ao longo de mais um dia de isolamento. 

Comer é um dos maiores prazeres para a comunidade chinesa. Durante um dia, são diversas as refeições, pequenas e elaboradas, para que todos fiquem saciados. Estivemos à conversa com a família de Lu Yang para saber o que confeccionaram no 15º dia de quarentena. Lu Yang vive com a sua esposa e filha em Lisboa e há quase duas décadas que vivem no país. A filha do casal é portuguesa. 

Das 8h até às 23h, a família prepara várias refeições que passam pela confecção de pratos portugueses e chineses. O pequeno almoço é a primeira refeição do dia ,  mesmo tomado à pressa, o leite e o café não podem faltar. 

“Normalmente, levantamos-nos às 8h. Após o duche matinal, tomamos o pequeno almoço, agora todos juntos, por volta das 8h30. Na minha família, o pequeno almoço é a refeição mais simples do dia, eu só tomo um copo de galão, enquanto que o meu marido e a minha filha preparam torradas com doce e um copo de leite a acompanhar”, afirma Feifei Xia, esposa de Lu Yang. Ao fim de semana, o pequeno almoço é mais cuidado e cozinha-se uma omeleta com soja e especiarias. 

Nos dias em quarentena, a família não deixa de ter uma rotina. Enquanto que Lu Yang continua a trabalhar a partir de casa como intérprete e tradutor, Feifei Xia e a sua filha aproveitam o dia para aprender português e chinês. “Desde que estamos em casa, tenho-me dedicado e esforçado a aprender português, ao mesmo tempo que ensino à minha filha o mandarim, devido ao encerramento da escola. É uma verdadeira aprendizagem e temos muito para ensinar uma à outra”. 

Como é habitual em muitas famílias, o almoço começa a ser preparado pelas 12h. Para esta segunda-feira, 30 de março, Feifei Xia decide preparar uma refeição rápida, mas rica em sabor e nutrientes. “Hoje preparamos Tang Mian, um prato típico chinês que é acompanhado por massas [noodles] cozidas em sopa. Desta vez, incluímos salsichas, ovos e alface, mas podemos diversificar e colocar aquilo que tivermos em casa. É simples, rápido e saboroso”. Além da massa, o caldo pode ser acompanhado por arroz. 

Depois do almoço, não há tempo para descansos e o dever chama. Durante a tarde, “petisca-se um pouco de tudo e costumamos beber chá ou café”.  

Por volta das 18h, a família começa a preparar o jantar, a refeição mais elaborada e robusta do dia. Para esta segunda-feira de aguaceiros, a família decidiu cozinhar dois pratos tipicamente chineses. Começaram por preparar um caldo de carne com arroz a acompanhar, e depois o “Fanqie Dun Niurou”, um prato cozido com tomate e carne de vaca. 

“Para este prato, começamos por cortar os tomates em pedaços pequenos e a carne em cubos também pequenos. A seguir, adicionamos um fio de azeite na panela e começamos por saltear os tomates. Adicionamos molho de tomate e de soja, deixamos por algum tempo e cobrimos depois com água. Depois, colocamos a carne, temperamos e esperamos que tudo esteja cozido. Serve-se com arroz”. Como alternativa ao arroz, o prato pode também ser acompanhado por legumes, nomeadamente por batatas e cenouras. 

Como vivem em Portugal, é muito difícil obter especiarias chinesas. “Quando vamos lá [à China] aproveitamos para trazer diversos condimentos, que são muito diferentes dos de Portugal. Como vivemos cá, aprendemos a temperar os pratos chineses de uma maneira diferente, mas sempre com sabor”. 

Após o jantar, é tempo de algum convívio familiar e por volta das 22h30 bebe-se uma chávena de chá quente. “Às 23h vamos descansar”.

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