No próximo dia 8 de outubro, o Arquivo Nacional da Torre do Tombo inaugura a exposição “Chapas Sínicas – Histórias de Macau” patente na Torre do Tombo, pelas 18 horas. Na inauguração, estará a Ministra da Cultura de Portugal, Graça Fonseca.
A exposição é da responsabilidade da Direcção-Geral do Livro dos Arquivos e das Bibliotecas de Portugal, juntamente com o Instituto Cultural do Governo da R.A.F. de Macau e com o Arquivo de Macau.
“Chapas Sínicas” reúne um conjunto de documentos únicos, que abordam as relações luso-chinesas ao longo dos finais do século XVII e meados do século XIX. Esta é considerada uma das colecções mais completas da história de Macau e encontra-se preservada no Arquivo Nacional da Torre do Tombo de Portugal.
Ao todo, são mais de 3600 materiais, incluindo mais de 1500 ofícios escritos em língua chinesa, cinco livros de cópias traduzidas para português das cartas mantidas pelo Leal Senado de Macau e quatro volumes de diversos documentos. A colecção é constituída por documentos oficiais e privados recolhidos ao longo da Dinastia de Qing, entre 1693 a 1886.
“Durante a Dinastia Qing, Macau era um dos portos comerciais onde ancoravam navios chineses e estrangeiros. Cerca de 1553 a 1557, os portugueses obtiveram autorização dos funcionários chinesas para permanecerem em Macau. Durante quase trezentos anos, até 1849, a China manteve a sua soberania em muitos domínios da vida de Macau, partilhando outros com a administração portuguesa”, afirma em comunicado a organização.
Os documentos são sobretudo um retrato fiel da posição e do papel desempenhado por Macau durante esse período. Dos documentos, destaca-se a correspondência oficial trocada entre as autoridades chinesas e as autoridades portuguesas em Macau nesse período, no qual constam vários documentos – contas, cartas, contratos – associados à vida quotidiana das diferentes comunidades, das diferentes classes sociais, que por lá viviam.
“Os registos desta correspondência reflectem as condições da sociedade, a vida das pessoas, as interacções político-administrativas, a gestão urbanística, a administração da justiça e tributária e outros assuntos de natureza religiosa e comercial que ocorreram em Macau naquele período”.
Inicialmente, a colecção chamava-se “Registos Oficiais de Macau durante a Dinastia Quing (1693-1886)”, mas, para efeitos da apresentação da candidatura à inscrição na Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), que aconteceu a 30 de outubro de 2017.
Depois de ser escolhida para fazer parte rico património da UNESCO, a colecção tem sido procurada para várias exposições. A primeira aconteceu logo em julho do ano seguinte e decorreu no Museu das Ofertas sobre a Transferência de Soberania de Macau, no âmbito da edição inaugural do “Encontro em Macau – Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa”.
Depois, as Chapas Sínicas viajaram até à China, na Biblioteca Nacional de Pequim, onde estiveram expostas entre 11 de junho e 26 de julho, inserida no contexto do Festival de Cultura de Portugal na China. Agora, está de regresso a Portugal para uma exposição que durará quatro meses.
Para a organização, esta exposição “foi organizada para descobrir histórias a partir dos registos que falem de Macau dentro da História da China, de Portugal e do Mundo. Pretende-se que o cruzamento dos registos com as respectivas imagens e documentos possam ajudar a construir um retrato vivo de Macau durante a Dinastia Quing”.
“Chapas Sínicas”, uma exposição para ver de 8 de outubro a 8 de fevereiro de 2020, na Torre do Tombo, em Lisboa. A entrada é gratuita.