Macau: Semana da Cultura Chinesa decorre até quinta-feira

Pensamento, poesia, etnografia, estratégia militar e teoria da pintura serão os temas abordados ao longo dos dias. 

Durante esta semana Macau celebra a “Semana da Cultura Chinesa”, uma iniciativa promovida pela Fundação Rui Cunha, pelo Jornal Hoje Macau e pela editora Livros do Meio. Ao longo dos dias, serão lançados sete livros, cinco dos quais traduzidos pela primeira vez do chinês para o português. 

Pensamento, poesia, etnografia, estratégia militar e teoria da pintura são os temas abordados no lançamento dos livros durante a semana cultural durante cinco dias, pelas 18:30 (11:30 em Lisboa).

À Agência Lusa, o director do Jornal Hoje Macau e proprietário da editora Livros do Meio, Carlos Morais José, afirma que “acho que é até um pouco o nosso dever e obrigação da comunidade portuguesa de Macau encetar esse trabalho […] Este é um primeiro passo. E também quero mostrar à comunidade chinesa em Macau que a comunidade portuguesa se interessa pela sua cultura e que quer entender, que não estamos aqui para estarmos fechados na nossa própria bolha e que há pessoas que têm interesse em ir mais longe e em entender melhor o que passa do outro lado”. 

Para o director, “estes livros acho que ajudam muito, não só em extensão, como em profundidade, em compreender a mente chinesa. As pessoas vivem um bocado de ‘slogans’ e de lugares comuns”. “É muito importante no mundo contemporâneo compreender a China, que se tornou num dos parceiros mais importantes no mundo global, até porque existem muitos mal-entendidos em relação à China e à cultura chinesa”, acrescenta. 

Nesta segunda-feira, 15 de junho, foram apresentados dois livros do cânone confuciano: “Estudo Maior” (Da Xue) e a “Prática do Meio” (Zhongyong). “O confucionismo é uma doutrina moral” com impacto em “um terço da humanidade: China Japão, Coreia, Vietname, de algum modo a Tailândia, o Laos, o Camboja, um pouco a Indonésia” e, por isso, “importante para compreender muitos dos comportamentos dos orientais e dos chineses em particular”, salientou Carlos Morais José.

Os livros a lançar nesta semana cultural, “explicam, talvez de uma forma que eu até hoje nunca vi em português, os conceitos do pensamento chinês, que é uma coisa difícil de apreender, na verdade”, concluiu.

Terça.feira, é a vez de “As Leis da Guerra”, de Sun Bin, um descendente de Sun Zi, o autor da famosa “Arte da Guerra”. Amanhã, o protagonista é “O Divino Panorama — Um Inferno Chinês”, um texto “que reúne influências do budismo, taoismo e confucionismo na construção de um mundo infernal onde as almas dos mortos se expurgam dos erros e pecados cometidos em vida”, destacou a organização.

O evento termina na próxima quinta-feira, onde serão dados a conhecer dois volumes de ensaios fundamentais sobre pintura clássica, do século VI ao século XVIII, para, finalmente, no último dia, se dar espaço à poesia, com o lançamento de a “Balada do Mundo”, de Li He, um poeta da dinastia Tang.

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