A arquitectura portuguesa tem vindo nos últimos anos a afirmar-se na China, com a construção de vários edifícios que ficarão certamente para a história. Na semana passada, foi a vez de mais um projecto, idealizado e desenvolvido por portugueses ser reconhecido.
Trata-se do Museu de Arte e Educação de Ningbo, concebido pelos arquitectos portugueses Álvaro Siza Vieira e Carlos Castanheira. Os dois, venceram o Prémio do Edifício do Ano Archdaily 2021, uma distinção que uma vez mais reconhece o trabalho que os dois portugueses têm vindo a desenvolver nas últimas décadas na China. Os vencedores foram escolhidos por votação dos membros registados na plataforma internacional de arquitetura.
O museu vencedor era finalista, na categoria de Arquitetura Cultural, com o Museu Audemars Piguet, na Suíça, o centro chinês de Arte de Qujiang, o edifício Experimenta, na Alemanha, e o MEETT. Situado junto ao Lago Dongqian, tem cerca de seis mil metros quadrados e foi inaugurado no passado mês de novembro. Em vez de escadas, o edifício, com uma altura de 25 metros, tem uma rampa sem barreiras a ligar os cinco andares e é iluminado apenas por janelas situadas no rés-do-chão e no topo do museu.
O Museu de Arte e Educação de Ningbo é um projeto do grupo privado chinês Huamao Group. O presidente deste grupo, Xu Wanmao, convidou Álvaro Siza para a liderança da obra, depois de visitar o Museu de Serralves, que Prémio Pritzker desenhou, no Porto.
A primeira obra de Siza Vieira na China – um edifício de escritórios, desenhado também em parceria com o arquiteto Carlos Castanheira – foi inaugurado em agosto de 2014, no leste do país.
Na Ásia, a dupla portuguesa também assinou projectos em Taiwan e na Coreia do Sul.
Os prémios Edifício do Ano da Archdaily são atribuídos em categorias de comércio, cultura, desporto, educação, hotelaria, saúde e indústria, em arquitectura de interiores, arquitectura paisagística e de espaços públicos, em edifícios de escritórios, de habitação, em moradias, edifícios religiosos e em projetos de pequena escala/pequenas instalações. É ainda distinguida a melhor aplicação de materiais.
Os 75 finalistas – cinco em cada categoria -, para esta 12.ª edição, foram escolhidos por votação dos membros da ArchDaily, entre 26 de janeiro e 10 de fevereiro, a partir dos 4.500 projetos submetidos e publicados na plataforma, ao longo de 2020.
Mas esta não é a primeira vez que portugueses são premiados. Em 2017, os prémios Archdaily distinguiram o Terminal de Cruzeiros do Porto, de Luís Pedro Silva, na categoria Arquitetura Pública, e a Casa Cabo de Vila, do ateliê de arquitetura Spaceworkers, em Bitarães, distrito do Porto, na área de Moradias (Houses).
Em 2018, na área de Arquitectura Industrial, foi premiado o projeto da Adega Herdade do Freixo, no Redondo, distrito de Évora, de Frederico Valsassina Arquitetos.
A ArchDaily – Plataforma, com base em Nova Iorque, foi criada em 2008, reúne profissionais das áreas da arquitectura, design, construção e meios de comunicação especializados, dos diferentes continentes.